Chorando em chamas, abaixo do céu.
É assim que ele vem aos meus sonhos.
Rastro das almas torturadas, uma negra agitação que acorda.
Um fantasma na corda bamba com uma dor nos ossos zumbindo.
E os corvos voam preto.
Agora os corvos voam preto.
E os corvos.
Somente os corvos voam preto.
Respirando a fumaça das cidades flamejantes.
Um Deus desceu esmagando todos nós.
Ele anda (agora) pelos vales vazios de vida.
Encoberto pelas cinzas e neve, os vales estão cegos.
E os corvos voam preto.
Agora os corvos voam preto.
E os corvos.
Somente os corvos voam preto.
Terra e céu são um só, entre inúmeras peças.
O tempo cotinua parado, congelado no fluxo.
No pó, o rosto dos caídos.
Eles são apagados com a queda da neve.
Voe eternamente.
Inferno foi aqui, agora não mais.
Fim da guerra.
Venha para o banquete da guerra.
E os corvos voam preto.
Agora os corvos voam preto.
E os corvos.
Somente os corvos voam preto.